O suicídio é um assunto que quase
ninguém gosta de falar, mas é uma das primeiras causas de morte entre
jovens e adolescentes nos países desenvolvidos e emergentes. Mata 26
brasileiros por dia.
A taxa cresce por uma conjugação de fatores. "A sociedade está cada vez menos solidária, o jovem não tem mais uma rede de apoio. Além disso, é desiludido em relação aos ideais que outras gerações tiveram", diz diz o psiquiatra Neury.
Há
ainda uma pressão social para ser feliz, principalmente nas redes
sociais. "Todo mundo tem que se sentir ótimo. A obrigação de ser feliz
gera tensão no jovem", diz Robert Gellert Paris, diretor da Associação
pela Saúde Emocional de Crianças e conselheiro do CVV (Centro de
Valorização da Vida).
O
aumento de casos de depressão em jovens e adolescentes é um componente
importante. Junte-se tudo isso ao maior consumo de álcool e drogas e a
bomba está armada.
"Mais de 95% das pessoas que se suicidam têm diagnóstico de doença psiquiátrica", diz Bertolote.
"Mais de 95% das pessoas que se suicidam têm diagnóstico de doença psiquiátrica", diz Bertolote.
No
Brasil, a taxa de suicídio entre adolescentes e jovens aumentou pelo
menos 30% nos últimos 25 anos. O crescimento é maior do que o da média
da população, segundo o psiquiatra José Manoel Bertolote, autor de "O
Suicídio e sua Prevenção" (ed. Unesp, 142 págs., R$ 18).
A
curva ascendente vai contra a tendência observada em países da Europa
ocidental, nos Estados Unidos, na China e na Austrália. Nesses lugares, o
número de jovens suicidas vem caindo, ao contrário do que acontece no
Brasil, aponta um estudo da University College London publicado no
periódico "Lancet" no ano passado.
"Na
década de 1990, a taxa de suicídios aumentava em todos os países do
mundo, e a OMS [Organização Mundial da Saúde] lançou um programa de
prevenção. Os países que fizeram campanhas de esclarecimento conseguiram
baixar os números. É importante falar do assunto", diz o psiquiatra
Neury Botega, da Unicamp.
TABU
O
tema é tabu até para profissionais de saúde. Nos registros do Datasus
(banco de dados do Sistema Único de Saúde), aparece como "mortes por
lesões autoprovocadas voluntariamente". Um longo eufemismo, segundo
Botega. Evita-se a palavra, mas o problema se perpetua.
Em
cursos de prevenção, o psiquiatra registrou as crenças de profissionais
de saúde. Muitos acham que perguntar à pessoa se ela pensa em se matar
já pode induzi-la a consumar o ato.
"Não
temos esse poder de inocular a ideia na pessoa. E, se não tentarmos
saber o que ela está pensando sobre o assunto, não conseguiremos
ajudá-la", diz o psiquiatra.
PREVENÇÃO
A
troca de informações sobre o suicídio pode evitar muitos casos: de
acordo com a OMS, dá para prevenir 90% das mortes se houver condições
para oferta da ajuda.
Quem
pensa em suicídio está passando por um sofrimento psicológico e não vê
como sair disso. Mas não significa que queira morrer.
"O
sentimento é ambivalente: a pessoa quer se livrar da dor, mas quer
viver. Por dentro, vira uma panela de pressão. Se ela puder falar e ser
ouvida, além de diminuir a pressão interna, passa a se entender melhor",
diz Paris.
O CVV oferece apoio 24 horas pelo telefone 141 e pelo site www.cvv.org.br.
Busque em Jesus alívio para sua dor.
Veja o que Ele Diz: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve."
Mateus 11:28-30
Fonte: equilíbrio e saúde
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